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Felizes os que são pobres no Espírito, porque deles é o Reino dos Céus.
Irmãos e irmãs, lembremos que somos todos filhos do mesmo pai, que é o Nosso Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo!
O ano litúrgico está findando, ingressamos na 32ª Semana do Tempo Comum e continuamos nossa caminhada. Jesus propõe aos discípulos e às multidões as bem-aventuranças.
Elas são dirigidas aqueles que estão numa situação de debilidade, de pobreza, porque Deus está a ponto de instaurar o Reino e a situação destas pessoas vai mudar porque estão de espírito aberto e coração disponível para acolher a proposta de salvação e libertação que Deus lhes oferece em Jesus.
As quatro primeiras bem-aventuranças estão relacionadas entre si. A primeira dirige aos pobres de espírito, as demais são apenas desenvolvimento das primeiras que saúda a felicidade daqueles que se entregam confiadamente nas mãos de Deus e procuram fazer sempre a sua vontade.
Os pobres em espírito são aqueles que aceitam renunciar, livremente, aos bens, ao próprio orgulho e autossuficiência, para se colocarem, incondicionalmente, nas mãos de Deus, para servirem os irmãos e partilharem tudo com eles.
Os mansos não são os fracos, os que suportam passivamente as injustiças, os que se conformam com as violências orquestradas pelos poderosos; mas são aqueles que recusam a violência, que são tolerantes e pacíficos, embora sejam, muitas vezes, vítimas dos abusos e prepotências dos injustos.
Os que choram são aqueles que vivem na aflição, na dor, nos sofrimentos provocados pela injustiça, pela miséria, pelo egoísmo; a chegada do Reino vai fazer com que a sua triste situação se mude em consolação e alegria.
A quarta bem-aventurança proclama felizes os que têm fome e sede de justiça. Provavelmente, a justiça deve entender-se, aqui, no sentido da fidelidade total aos compromissos assumidos para com Deus e para com os irmãos. Nunca entender que a fome de justiça é a vingança.
As demais bem-aventuranças está mais orientado para definir o comportamento cristão. Enquanto que no primeiro grupo se constatam situações, neste segundo grupo propõem-se atitudes que os discípulos devem assumir.
Os misericordiosos são aqueles que têm um coração capaz de compadecer-se, de amar sem limites, que se deixam tocar pelos sofrimentos e alegrias dos outros. Os puros de coração são aqueles que têm um coração honesto e leal, que não pactua com a duplicidade e o engano.
Os que constroem a paz são aqueles que se recusam a aceitar que a violência e a lei do mais forte rejam as relações humanas; e são aqueles que procuram ser instrumentos de reconciliação entre os homens. Os que são perseguidos por causa da justiça são aqueles que lutam pela instauração do Reino e são desautorizados, humilhados, agredidos, marginalizados por parte daqueles que praticam a injustiça.
Na última bem-aventurança, que é uma exortação, aos membros da sua comunidade que têm a experiência de ser perseguidos por causa de Jesus e convida-os a resistir ao sofrimento e à adversidade. Assim podemos dizer que as bem-aventuranças revelam a realidade misteriosa da vida em Deus, iniciada no Batismo.
A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos vós!
Frei Agnaldo Costa dos Santos
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